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Inteligência artificial identifica imitação de marcas na internet

por | 11/04/2022 | Artigos, Digital, Marcas, Tecnologia

Mauro Ferraz

Para os advogados ganharem tempo, reduzirem custos e os clientes serem atendidos de forma mais célere, as bancas de advocacia têm investido, cada vez mais, em soluções de inteligência artificial (IA) — robôs. O Daniel Advogados, especializado em propriedade intelectual, por exemplo, tem usado a tecnologia para identificar na internet violações a marcas de clientes.

A IA também rastreia as publicações de novos registros no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para verificar se colidem com marcas do portfólio dos clientes do escritório. “Vamos ensinando a máquina a partir dos casos que deram ‘match’ ou não”, explica Mauro Ferraz, gerente de Tl da banca.

O acompanhamento, em tempo real, de infrações ao direito de marca também faz o escritório evitar gastos desnecessários com notificações e ações judiciais, segundo a sócia Roberta Arantes. Isso porque permite definir qual estratégia aplicar a cada caso, a partir do perfil do infrator.

“Fazemos uma primeira abordagem ao infrator de forma amigável. Em 80% dos casos, ele fica dissuadido a parar o uso indevido da marca”, afirma Roberta. O Judiciário acaba acionado, diz ela, só para interromper iniciativas de grandes infratores, que podem colocar o negócio do cliente em risco — falsificação de medicamentos, por exemplo.

Já no escritório LBCA, é a Diana quem identifica as provas consideradas mais importantes por cada juiz, em relação a determinado tema. A robô também é treinada, por exemplo, para ler os autos do processo e apontar contradições nos depoimentos de testemunhas.

Para o advogado Ricardo Freitas Silveira, sócio da banca, no contencioso de massa, em que há grande volume de processos sobre um mesmo tema, a inteligência artificial torna cada processo único. “Eu conheço o juiz, o consumidor, a estratégia do advogado, o que aumenta as chances de vitória”, afirma.

Um humano poderia fazer o que a Diana faz, mas, segundo Freitas, daria um trabalho “absurdo”, o que implicaria tempo. “Há centenas de exemplos em que o desfecho da audiência muda quando mostramos a contradição [apontada pela Diana] ao juiz”, diz.

 

Matéria publicada no Valor Econômico.

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